quarta-feira, 27 de junho de 2012

Publicadas Orientações Pastorais da Congregação para a Educação Católica


A IDENTIDADE DO SACERDOTE, FUNDAMENTAL PARA A PASTORAL VOCACIONAL

Um documento resultante de sete anos de reflexões e de esforços pastorais para relançar a centralidade do sacerdócio na Igreja católica: “Orientações Pastorais para a promoção das Vocações ao Ministério Sacerdotal” é o título do texto escrito pela Congregação para a Educação Católica e pela Obra Pontifícia para as Vocações ao Ministério Sacerdotal.
O documento foi apresentado nesta segunda-feira (25 de junho de 2012), na Sala de Imprensa vaticana pelos três maiores representantes da citada congregação. O presidente, cardeal Zenon Grocholewski, explicou que o texto é fruto de várias assembleias plenárias do dicastério desde 2005 até o último dia 25 de março, quando, no 20º aniversário da exortação apostólica Pastores dabo vobis, o papa Bento XVI autorizou a sua publicação.
As Orientações Pastorais se subdividem em três partes: a primeira analisa a situação das vocações em todo o mundo; na segunda, são apresentadas sinteticamente a identidade do ministério sacerdotal e a relativa proposta vocacional; na terceira, expõe-se uma série de sugestões para a animação pastoral das vocações sacerdotais.


Algumas das razões que explicam a queda de vocações, em especial no Ocidente, foram identificadas na diminuição demográfica e na crise da família, na mentalidade secularizada e no contexto cultural relativista, bem como nas difíceis condições de vida e do ministério do sacerdote, com o risco da banalização e da irrelevância do papel do sacerdote na sociedade.
Entre as condições necessárias para o relançamento da vocação sacerdotal, o cardeal Grochololewski destacou a criação de um “terreno fecundo de vida cristã”, uma “oração” constante, uma “pastoral integrada”, um novo impulso de “evangelização e missionariedade”, um papel central para a família, o “coerente e alegre testemunho de vida dos presbíteros”, o voluntariado na sua função educativa e o valor da escola e da universidade.
Sobre a identidade do ministério sacerdotal, o secretário da congregação, dom Jean-Louis Bruguès, OP, enfatizou algumas degenerações do seu papel, a partir da “redução à competência profissional” que chega ao “ativismo exagerado” e à tendência ao isolamento de muitos párocos.


No aspecto construtivo, é preciso redescobrir a vocação e tornar-se porta-voz do Amor entre Deus e o homem e da “relação viva e constante com Jesus Cristo”. O sacerdote deve viver imerso em uma “profunda experiência de vida comunitária”, consciente de uma “relação íntima de amor com o Pai”, mantendo sempre presentes “figuras sacerdotais exemplares” como, por exemplo, a de São João Maria Vianney, o Santo Cura de Ars.
A terceira parte do documento, sobre as propostas concretas para as vocações, foi ilustrada por dom Vincenzo Zani, subsecretário da congregação. O prelado explicou que o primeiro lugar fértil para a vocação é a família, seguido pela paróquia e pelas várias formas eclesiais, com todos os instrumentos de oração, apostolado e discernimento que elas oferecem.


Durante a conferência de imprensa, foram mostradas estatísticas sobre as vocações no âmbito mundial durante os últimos doze anos. Mesmo no secularizado velho continente, em meio a tantas sombras, existem luzes: na Europa do Leste as vocações estão em recuperação, assim como em alguns seminários da Espanha, da França e da Holanda.
Na Europa, a mentalidade materialista e relativista é um dos principais obstáculos, mas não é o único. “O ponto mais importante é a pouca consideração da identidade sacerdotal. As vocações não são todas iguais, nem podemos colocar no mesmo nível o papel dos leigos e o papel dos padres: cada um tem seu papel. O sacerdote, em particular, não precisa ser especialista, por exemplo, em economia. Basta que ele seja especialista na fé”.

Fonte: www.zenit.org

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